quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Conhecendo um desconhecido...

Estava zapiando de canal e me deparei com o programa de entrevistas da Marcia Peltir e comecei e prestar atenção na entrevistado, Carlos Heitor Cony, muito conhecido por seus livros e como colunista de jornal e por muito tempo ter feitos textos para a apresentadora Ana Maria Braga que tinham um cunho positivo e meditativo para o público.
A sua forma de se ver, como um homem sempre em trânsito, é excepcional por que explica muita a sua declarações que não se encaixão em uma unica visão pois o seu olhar é um caleidoscópio que consegue mostrar imagens diversas de um mesmo panorama. A forma como ele veio a perceber a situação política do Brasil no tempo da ditadura e chegou a ser taxado de alienado pelo editor do jornal onde trabalhava e não negou que o era até ver seus amigos sendo presos, como muitos jornalistas na época, o choque da realidade é que o levou a perceber o que acontecia a sua volta e isso o levou a ser preso seis (6) vezes e a ser exilado do pais.
Todo o que foi dito na entrevista uma coisa me chamou muito a atenção, uma forma de descrever o modo como uma pessoa pode passar pela vida, "você pode atravessar de um ponto ao outro do espaço através de uma ponte, você chega ao outro local mas não deixou nada para trás continua sendo a mesma pessoa que iniciou a jornada... Mas quando você atravessa o espaço deixando partes de si pra traz, seu sangue, sua carne, você chega diferente ao outro lado por que teve que transpor os obstáculos em vez de passar sobre eles".
 Carlos Heitor Cony, não conheço suas obras e não conhecia o autor... Agora que conheço a pessoa, pelo menos um pouco, quero conhecer suas obras.

Breve informações sobre Carlos Heitor Cony
Ele é carioca, nasceu no bairro de Lins de Vasconcelos, mas ainda criança se mudou para Niterói. Hoje, é um dos principais nomes do jornalismo e da literatura no país.
Ainda menino, chegou a pensar em ser padre e entrou para o seminário. "Eu era fascinado com a beleza cênica das igrejas. Mas não com a liturgia. Eu hora acredito em Deus, hora não acredito”,revela.
Mas seu caminho era mesmo outro. Por influência do pai,que também era jornalista,começou a trabalhar na Gazeta de Notícias, passou pelo Correio da Manhã e Jornal do Brasil.
"Eu sempre quis atuar mesmo na literatura. No jornalismo eu cheguei, fui ficando,fui ficando e estou até hoje",conta.
Foi preso várias vezes durante o regime militar."Eu fui preso seis vezes. Destas, só uma foi legal,por ter criticado o governo Costa e Silva",diz.
Trabalhou também com Adolpho Bloch, chegando a ser Superintendente de Teledramaturgia na extinta Rede Manchete,onde fez as sinopses das novelas "Dona Beja" e "Kananga do Japão" e da minissérie"A Marquesa de Santos".
"A Manchete fazia uma programação de qualidade de tv a cabo, antes da TV a cabo chegar no Brasil",explica. "Eu me lembro do "seu" Adolpho dizendo que "as crises de ódio dele nunca duravam mais do que um minuto",conta.
Ganhou vários prêmios literários, entre eles: o prêmio Nestlê de Literatura e três vezes o prêmio Jabuti.
Recebeu do governo da França a comenda de Cavaleiro da Ordem das Letras e Artes.
Também conquistou o grande prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a cadeira número três há quase 10 anos.
"Eu defendi o direito do Roberto Campos concorrer à Academia e por isso mais tarde acabei sendo convidado para disputar uma cadeira. Acabei topando e entrando. A Academia é o jardim de infância ao contrário. No jardim, você faz seus primeiros amigos, na ABL,faz os últimos",comenta.
Hoje, é colunista da Folha de São Paulo e das rádios CBN e Band News. Publicou dezenas de livros, entre romances, crônicas e contos.
Mas mesmo com tanta história de vida, Cony não parece querer parar.
"Sou um homem que está sempre viajando mas não chega em lugar nenhum.
“Sou um homem em trânsito", afirma